Saturday, June 4, 2011

Work

Um dos grandes problemas do novo imigrante é a perda das referências. Tudo é novo. Por alguns aspectos da vida isso é bom. Já pelo lado profissional, nem tanto.
Voce perde a referência do salário, das profissões e principalmente da rede de amigos e networking que trabalha para voce em momentos difíceis da carreira. Associado a isso, temos a questão da língua e a cultura completamente diferentes.
No meu caso, eu vim transferido pela minha empresa. Mas eu tinha meus planos caso isso não acontecesse. Listo aqui alguns pontos.
  • LinkedIn: Ferramenta de social networking profissional. Monte um perfil caprichado em inglês detalhando sua experiência e área de atuação. Associe-se a grupos que atuam em sua área geográfica para ficar antenado nas oportunidades que os headhunters postam. Deixe um pouco o Facebook de lado e dedique o seu tempo no LinkedIn em montar um perfil atrativo para os headhunters.
  • Empregabilidade: Aumente suas chances com cursos reconhecidos internacionalmente. O caminho para se conseguir a equivalência do diploma é longo e árduo. Portanto para resultados mais imediatos, faça cursos de certificação reconhecidos tais como:
  • Savings: Voce tem que se programar para passar um tempo sem uma receita, portanto os savings vão sofrer um pouco. Eu montei um budget e me separei parte de meus savings para passar um ano sem trabalhar. Dizem que 6 meses é a média, eu não quis arriscar. Também pesquise os benefícios disponíveis pelos governos federal e provincial para quem está desempregado. Aqui é não ter vergonha e realmente tentar fazer uns trocados a mais no final do mês, o que pode fazer a diferença no buraco que voce vai deixar no seu savings.
  • Canadian Experience: É aqui que a coisa realmente pega. Não tem nada que voce possa fazer para adquirir isso a não ser trabalho mesmo (voluntário é uma opção) e o passar do tempo (trabalhando, claro). Tente conseguir algo na sua área. Por exemplo, atuo na área de gerenciamento de projetos. No LinkedIn volta e meia anunciam pedindo PMs voluntários para projetos de ONGs. Nada melhor que poder praticar sua profissão, ir conhecendo o mercado e expandindo o networking e por consequência, suas oportunidades e empregabilidade. Mesmo que para isso voce tenha que trabalhar de graça por um tempo.
  • Inglês: Eu creio que essa é uma das maiores barreiras para o novo imigrante. A questão da fluência e conhecimento geral da cultura local tem um peso significativo durante a entrevista. Muita gente é fluente no dia-a-dia dos negócios. Mas ao sair desse ambiente para conduzir uma discussão sobre assuntos gerais é complicado se voce não conhece a cultura e os termos mais comumente usados. Caso nem a fluência esteja presente, invista nesse aspecto fazendo cursos de ESL, trabalho voluntário e integração na sociedade da maneira mais intensiva possível.
  • Entrevista: Novamente a questão da diferença cultural. As perguntas são diferentes. Segue um link (que puxei do LinkedIn) com um conjunto de perguntas que fazem pensar. Pratique em inglês com seu parceiro e use o Google para encontrar mais parecidas. Não que os entrevistadores usem especificamente essas perguntas mas elas dão uma idéia de até onde eles podem ir e fazer voce pensar out-of-the-box.
  • Google: O Google é o seu amigo. Faça muitas pesquisas e em vários sites. A grande maioria das ofertas podem ser encontradas via internet.
  • Rotina: A procura do emprego é um full time job. Sendo assim monte um roteiro para o dia e tente se ater a ele. Algumas horas para procura na internet. Outras para envio de currículos. Mais outras para o trabalho voluntário. Ao término disso, procure desligar e relaxar para não acabar insano e estressado.
Não tenho a pretensão de tentar elencar todos os pontos que podem fazer voce conseguir um emprego com 100% de certeza. E a experiência e a área de atuação de cada um também são coisas completamente diferentes e podem fazer com que alguns dos pontos acima sejam mais ou menos relevantes. Os pontos que listei eram os que eu achava mais importantes dentro do contexto da minha visão e experiência profissional. Uma pitada de boa sorte também conta mas o mais importante é ter perseverança e fé que tudo dará certo lá na frente.

der doppelgänger

    9 comments:

    Ma said...

    Adorei o post!!!
    Valeu!!!
    Obrigada pelo comentario no blog! Me adaptei ao trabalho temporario, e qdo acabar, pelo menos terei um empregador canadense no curriculo. E vamos que vamos!!!
    Boa sorte pra vcs!!!

    Anonymous said...

    Olá 'Der Doppelgänger', boa tarde

    Tenho 2 filhos e penso muito neles na hora de pensar na mudança. Ainda não dei entrada em processo algum.. estive só navegando pelo seu blog todo durante a tarde :)
    Li tudo. Meus motivos para sair daqui são os mesmos que os seus.

    Suas crianças falavam inglês já? Como estão agora? Como foi a adaptação? Qual escola elas frequentam? (curiosidade mesmo, vou entrar no site pra saber como são os horário.. se vc nao quiser falar a escola, me diga que horários fazem?) Obrigada!

    Der Doppelgänger said...

    Nine, obrigado pela visita. Já faz um tempo que não posto. As prioridades acabam mudando, mas enfim, esse é um assunto para um post...
    Respondendo suas perguntas:
    - Não falavam e eu não falava inglês. Porém fizeram dois anos de Red Balloon antes de virmos para cá, o que eu acho que valeu a pena pois deu uma base (e conhecimento nunca é demais).
    - O mais velho já se vira bem, a mais nova infelizmente caiu numa classe com uma professora assistente que falava português e aí não avançou muito. Vamos ver como vai ser em Setembro quando as aulas começam. Conte com um período de 3 meses até que comecem a se comunicar bem. Crianças são como esponjinhas.
    - A adaptação é tranquila. Eles ficaram estressados com toda a questão de ver a casa ser desmontada, malas e a ansiedade passa para eles. Porém planejei chegar aqui na primavera para que pudessem ficar fora de casa brincando e aproveitando o sol, o que valeu a pena. Se tivéssemos chegado no outono ou inverno acho que teria sido ruim para a adaptação deles. Já tem amiguinhos e brincam livres na rua e na frente de casa sem que eu fique me preocupando.
    -Eles estão matriculados em uma Elementary school aqui onde moramos. O enfoque do ensino é diferente. No Brasil eles estavam em escola pública e era mais acadêmico. Aqui é mais voltado para a convivência em sociedade. Eles estão achando ótimo pois não tem que ficar em livros o tempo todo. Mas vamos ver como vai ser mais para frente, pode ser que depois coloquemos em uma instituição católica paga pois dizem que o ensino é mais forte.
    -O horário é meio que padrão, das 9 da manhã até as 3 da tarde. As aulas começam no início de Setembro e acabam no final de Junho. Acho que é assim por causa do sol. No inverno o sol aparece lá pelas 8:30 e se põe umas 4:30, estou apenas especulando. Já no pico do verão amanhece uma 4:45 da manhã e anoitece umas 10:00 da noite.
    -Para mais informações sobre as escolas, voce deve entrar no site do school board de cada distrito. Em Vancouver é o Vancouver School Board. Em North Vancouver é o North Vancouver School District. É só procurar no Google.

    Bem, é isso por enquanto. Qualquer coisa pode escrever que respondo.

    der doppelgänger.

    Der Doppelgänger said...

    Só adicionando, eu não falava inglês em casa e nem minha esposa. Achamos que isso só ia estressar mais as crianças antes da mudança. E eles ficam estressados sim.

    der doppelgänger

    Anonymous said...

    Olá! Muito obrigada pelo retorno!
    Aproveito para dizer que fiquei aflita com a história do passaporte português e vc ter que voltar em casa buscar RG! Contei pro pessoal de casa ontem quando estávamos no carro!

    Ainda nem comecei processo nenhum porque estamos avaliando a parte financeira, se é válido. Visto que aqui os dois trabalham. Hoje mantemos um padrão bom, porém apertadíssimo. Mantemos ambas as crianças (3 e 11 anos) em escola particular período integral, pagamos financiamento de casa e coisas assim que remetem a um custo alto. O salário é suficiente porém não sobra um tostão. Vivemos aquela coisa: de casa pro trabalho, do trabalho pra casa e eu não agûento mais é o stress do dia-a-dia sem segurança alguma. Vivemos trancados em casa, vc sabe.
    Bom, eu falo inglês e francês, meu marido fala inglês. Pretendemos dar entrada só daqui um ano, porque caso o processo seja muito rápido, vi que tem prazo para estarmos no canadá, não é? Daí seria uma correria enorme. Vc se lembra do prazo que tinha para estar no canadá do momento que chegaram os vistos? Se só você fosse de imediato, vc acha que eles negariam depois a entrada da criança e da esposa? (ou já viu algo assim?)
    Eu vi que tem diversos blogs sobre o assunto... realmente os seus motivos para se mudar e o fato de ter filhos como eu me fizeram ter contato com vc, desculpe se eu estiver incomodando.
    Caso prefira mandar email ninefrancine@gmail.com

    Obrigada 'Der'!

    Anonymous said...

    Bom, hoje pela manhã consegui navegar com mais atenção e li várias 'coisinhas' que passaram batido ontem. Inclusive a resposta que eu queria, aí acima (num post com título answers ... nada mais apropriado! :)

    http://canadasaga.blogspot.com/2010/08/answers-answers.html

    Obrigada.

    Anonymous said...

    Oi pessoal,

    Conseguimos aprovação pro nosso processo e certamente iremos para Vancouver no primeiro semestre do ano que vem. Parabéns pelo blog, ele é super organizado e está nos ajudando muito em nosso processo de mudança, valeu mesmo.
    Grande abraço
    Pedro e Max

    Der Doppelgänger said...

    Oi Pedro e Max: Que bom saber que o blog ainda tem serventia :). Vcs tem algum blog?

    Der Doppelgänger

    Anonymous said...

    Olá, não, não temos blog, mas pretendemos fazer um em breve para nos comunicarmos com amigos no Brasil. Abs